segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Brasil Presente




Vídeo muito bom.
Contudo, devemos nos ater a frase "nunca se investiu tanto em educação(...)".
De fato, comparado aos anos anteriores, nunca investiu-se tanto na educação.
Porém, o ideal a ser alcançado - que é a educação de qualidade para todos - se demonstra um obtsáculo a ser vencido. Tiro isso pelo exemplo de alguns professores lá do meu estágio.
Investir na formação do educador - como mestre e ser humano - ainda se faz muito necessário, onde não adianta termos escolas belíssimas com seres humanos agindo desumanamente.
Mais do que investir em creches, em notebooks e em salários, precisamos investir na verdadeira educação de base: a família (contribuir dando mais do que bolsa família, é dar oportunidade de se viver com qualidade de vida, que advém do conhecimento e leitura crítica de mundo.)

Mas, deixe-me repetir a primeira frase:
Vídeo muito bom!

Vamos lá, PRESENTE BRASIL.

sábado, 7 de novembro de 2009

Coisas boas

Um guia de aprendizagem que eu fiz, pra os meus meninos:

Guia aprendizagem - Setembro & Outubro

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Para os meus meninos!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aflição x Gentileza

Quanto mais eu durmo, tentando esquecer esses problemas, mas eu sonho com eles!

Hoje, teve a festa do dia das crianças... a diretora chamou-me para conversar.

Ela disse que eu não estava adaptada à escola.
Disse-me também que eu falava muitas gírias, e que, os meus colegas de trabalho estavam incomodados com isso, e que também, os alunos e os seus respectivos pais.
Ela também me disse que não gostou da minha postura em relação à professora que pegou meu celular e escondeu, disse-me que eu me exautei.

Eu me senti deveras coagida.

Eu aleguei, para a primeira afirmação, socio-linguistica.
Ela, alegou que os pais e os alunos não estava preparados para isso, solicitou-me o encerramento dessa postura.
Sobre o causo da professora, claro que a colega disse a ela que "tinha achado meu celular e bondosamente, o levara para devolver-me-o."
Eu contei-lhe, então, a verossímil história, a da brincadeira de mal gosto, da coloiagem com as outras estagiárias.
A outra coerção.
Ela fez cara de quem pareceu entender, mas, eu não sei.
Espero realmente que ela tenha entendido, eu estou cansada daquelas pessoas.

Não digo de todas as pessoas, mas, "Meu coração já se cansou de falsidade."(Maria Rita)

Talvez eu esteja hiper-sensível porque irei mestruar, mas, ela nunca deixou-me na mão.

Gente, é sério:

Eu sei que sou ignorante,
grossa, prepotente...

Mas, eu tolerei a mulher que disse que odiava Paulo Freire.
Eu não quiz aniquíla-la da sociedade por causa disso.

Por que eu não posso ser tolerada?

Eu sinto que estou sozinha, nadando contra uma corrente de um oceano que quer me engolir, me sobrepor, me naufragar.

Eu só anseio por pôr em práticas as ações sociais da educação.
É tão difícil assim?

Bem, tirando isso, o dia foi ótimo, kkkkkkkk:

jogaram bolo em mim, dançamos, brincamos, abraçamo-nos e, verdadeiramente com os meninos foi:

Dia das crianças. :)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Frustração

Olha só: Quando você nunca estagiou, você pensa que quando o fizer, terá problemas com os alunos, você pensa que ninguém vai querer aprender, que ninguém quer nada com a vida, que menino de escola pública é ruim, que de escola particular humilha, etc, etc.

Essas lendas urbanas que suscitam por aí...

Mas, você talvez nunca espera que um outro professor seja empecilho no processo da educação.

Eu preciso sempre frisar isso aqui no meu blog, porque, aonde eu estagio, essa coisa do professor atrapalhar o processo da educação dos meninos acontece.
Não são todos, mas, tem muita gente lá que não acredita em educação, que acha que os meninos são marginais, que não tem futuro, resumindo: odeia o que faz.

Semana passada mesmo(vou TOTALMENTE por ordem cronológica), quarta-feira, aconteceu o seguinte:

Todo mundo libera os meninos de 11:20, 11:30. ( o horário lá é até ao meio dia)
Eu me lembro que, a primeira coisa que eu notei quando fui estagiar lá é que os meninos sempre saiam mais cedo, pois, a própria coordenadora vinha e os mandava liberar (existem 3 coordenadoras lá, fiquem cientes disso).
Aí, na última quarta-feira, eu os liberei de 11:20.
PRA QUÊ?
Recebi uma singela reclamação da vice-diretora.
Tudo bem, ela esta certíssima: se o horário vai até 12, não há por que liberá-los mais cedo.
Quinta e sexta feira, eu segui o horário ao pé da letra... e qual a minha surpresa em perceber que a minha turma era a última que ainda restava na escola?

Beleza.
Vamos para a sexta-feira passada agora. (ainda não chegamos no ápice, caaaalmaaaa!)

Estava eu, passando uma atividade sobre substantivo, quando, na segunda aula (as minhas foram as primeiras), uma professora, concursada, que vai na escola de manhã 1 vez na semana, entra na minha sala, e me AVISA:
- Eu vou subir minha aula agora.

PAROU TUDO.

Ela entrou na MINHA aula, na MINHA sala de aula e disse:
- Eu vou subir minha aula agora.

É, , ela é concursada e eu sou uma estagiariazinha de m*%$#!
Segurei-me pra não falar nada, arrumei minhas coisas e fechei minha cara.
Bem, pelo menos isso funcionou porque ela percebeu e disse:
- Eita, eu me confundi, não é nessa aula não... é na terceira.
(na terceira aula, ela não estava lá...)


Depois, eu fui pra a outra turma, na 3ª aula antes do intervalo.
Entrei, avisei que eles copiariam uma música para a atividade, e fui mimbora pro quadro escrever.
Só que, eles estavam muito agitados, uma boa parte em pé, a outra conversando... poucos escutaram o que eu disse.
Bem, eu fui copiar primeiro e mandá-los copiarem depois, até porque, assiste a aula quem quiser assistir, a escola não tem nem deveria ter o papel coercivo de...
Uma coordenadora chegar, gritar com os meninos como se fossem cachorros, mandarem eles sentarem, calarem a boca, pegar o caderno e copiar...

Me desculpem se vocês já presenciaram isso em sala de aula, quer como alunos, quer como professores, ou se vocês o fazem, mas, na minha opinião, pelo que eu já li sobre respeito, ética, liberdade e humanidade, nenhuma pessoa que goze de uma posição de poder - seja ela adulta se impondo a crianças, ou crianças grandes impondo-se contra crianças menores, coordenadoras berrando contra alunos - tem o direito de agir com coerção sobre as crianças, uma atitude de violência, uma vez que não foi um tom sério em palavras duras, mas sim, coerção:

"vocês são menores, eu sou grande; vocês são alunos, eu coordenadora; eu mando, vocês obedecem." (ela não disse isso, mas, agiu dessa forma.)

Isso é EDUCAÇÃO?

Porque, eu consigo fazê-los produzir as atividades conversando com eles, mesmo que em alguns momentos eles se dispersem, que fiquem brincando, eu acho que isso é normal em crianças sadias, e outra, eu ainda estava copiando no quadro... AH!

E, depois de todo um mini-terrorismo desses, ela olha no fundo dos meus olhos e diz:
- Parece até que não tem professor na sala.

Ah, é.
Só tem professor na sala quando os meninos estão sentados, calados e copiando seja lá o que for?

:X

E agora, pra finalizar minha sexta feira:

A outra coordenadora, não menos grossa que a outra, pede que os meninos arrumem a sala...
Ok, dessa vez eu concorde!
Pra começar lá nem tem lixeiro, então, o lixo fica espalhado pela sala.
Eu concordo que se são eles que sujam, e que, embasado pelo altercuidado e pelo biocuidado, eles devam arrumar a própria sala, uma vez que é a sala deles e que também, haverão outros alunos pela tarde, achei 10 a ideia de arrumar a sala!

Porém, na hora da aula não.
A coordenadora foi lá, com a porta entreaberta, e, simplesmente, jogou as vassouras pra dentro.
Eu disse: jogou as vassouras pra dentro, e não: entregou as vassouras na mão dos meninos.

Eu fiquei revoltada, isso é um ultraje às crianças.

Eu fiquei tão transtornada, que eu disse:
- Arrumar a sala na hora da aula, NÃO! Vocês não ganham salário pra isso!

Peguei as vassouras e as puz do lado de fora: essa coordenadora me detesta!

(kákákáká... :P)

BEEEEEEEEEEEEEEM, isso foi só a sexta feira.

E com vocês, a reunião de hoje!
Como faz o meu amigo Rafael: TUM DUM TIX!

Eu não me dou muito bem (vocês já perceberam, haha!) com algumas pessoas, devido a minha arrogância, minha prepotência, minha vontade de potência, meu modo de falar e meu modo de pensar, resumindo: pelo que eu sou.
(algumas dessas pessoas são professoras/es consursados, outras, tão estagiárias quanto eu)

Aí, eu esqueci meu celular na sala dos professores.
Uma professora lá(nem ouso adjetivá-la), a qual eu já havia comentado que comigo não tem essa frescura: se os meninos pedem, eu deixo que eles vejam meu celular, dou meu telefone...(alias, no dia em que faltei, quem me ligou foram eles, pra saber como eu estava, e não os meus queridos colegas de trabalho)

Eu só sei que essa criatura, junto com as demais, esconderam meu celular e ficaram rindo da minha cara.
Quando ela perguntou:
- Ei, cadê teu celular?

Eu já tinha me ligado.
Abidã já fez comigo essa brincadeira um milhão de vezes, eu virei macaca-velha nisso.
O professor-legal lá, me emprestou o celular dele, eu liguei, e SURPRESA!
Nem preciso dizer quem atendeu, né?

Eu disse:
- Que brincadeira ridícula. (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)
- Prefiro deixar meu celular com os meninos do que com vocês. (!!!!!!!!!!!!!!!)

FATALITY.

A professora, e todas as estagiárias ficaram doídas com o que eu disse.

" (...)

Olha minha cara de quem gosta de você
Faço mil promessas e ainda faço você crer e perceber
Tudo que te devora.

[Refrão]
Que dessa vida não se leva nada não
Me estrago na lama do drama e me traz solução

na na na na na na na na ( não! ) na na na na na na

(...) "

- Canto dos malditos na terra do nunca


Fim singelo. :B

sábado, 26 de setembro de 2009

Educador: pesquisador nato!

Essa semana, da terça-feira à quinta-feira, houve o III encontro Fafire - Interfaces da cultura: Subjetividade, Diversidade, Educação e Consumo.
Como estudo lá, e aproveitando a oportunidade, participei de umas palestras e de um mini-curso, os quais eu achei relevante, uma vez que éramos nós mesmos que fáziamos nossos horários.

As paletras:

  • dia 22.09
- 10h40 às 12h: Cine Debate - Filme: "Temos razão de nos revoltar": Biografia e engajamento de Jean Paul Sartre

- 19h45 ás 21h40: Palestra: Roteiros poéticos do Recife


  • dia 23.09
- 8h às 11h - Cine Debate: "Cultura Brasileira" (Documentário de Darcy Ribeiro)
[cheguei meio atrasada nessa aqui ¬_¬]

- 14h às 17h - Mini-curso: Educação na perspectiva antropológica: Intervenções do educador em espaços não formais

- 19h30 às 21h30: Forúm FAFIRE de ideias contemporâneas: Literatura é cultura
(com a presença de Cida Pedrosa e Pedro Américo)

Sem contar que vi umas três peças de teatro, umas apresentações de dança, li e ouvi poesia índigena e comi chocolate.

Massa demais. :)

sábado, 5 de setembro de 2009

Discussão de sala de professor II

Ah!
Seres humanos.
Hoje vou falar de minha própria humanidade.


Bem, ontem cometi uma gafe terrível.
Eu tava meio roca, e fiz uma brincadeira infeliz com uma colega de trabalho.
Foi horrível.

Pedi desculpas, porém, não sei se resolveu.
Não quero nem entrar em detalhes, porque lembrar me frusta e esfrega na minha cara que eu não sei mais do que os outros, e que sou tão humana quanto todos.


Esse acontecimento levou-me á uma reflexão sobre a avaliação que faço de meus colegas.
Devo ter por eles a mesma consideração que gostaria que tivessem comigo.

- Não!

Não é esse clichê que eu quero.
Não quero um blog moralista, já disse isso em outro post.
Mas, o acontecimento de sexta me fez perceber que sou igual aos meus colegas, sou humana, não posso critíca-los como se fosse a perfeita da situação.
A humanidade que carregamos é limitadissímamente ilimitada, e esse paradoxo só serve para nos(me) lembrar que devo ser humilde.

Se eu amo meus meninos pelas suas humanidades, devo me amar por elas também e principalmente, aos meus colegas de trabalhos.
Eles são seres humanos, devo tratá-los com respeito-humano.


Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é.



E pronto, acabo esse post fazendo menção ao Caetano.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Meu batismo de saliva e lágrimas.

Foi hoje.
Mandei Paulo Freire pro inferno, perdi as estribeiras.
Calma, deixa eu explicar.
_____________________________________

Eu detesto gritar com eles, mas, são 40 x 1.
O que fazer? O que você faria?

Cheguei lá na 5ªb, 2 primeiras aulas: corrigi a atividade do dia anterior, e fui ler uma crônica... esperei 20 minutos por silêncio. Mais 10. Mais 5.

Não deu.
Não deveria ter gritado com eles, ter dito que não daria mais aula alí até o final do ano. Enfim, eu me exautei, não posso voltar atrás, mas, voltei.
Combinei com a coordenadora: - você diz que pediu pra eu voltar pra dar aula.

Mas, já era tarde. Eu já tinha começado minha crise nervosa. Fiquei com febre, me sentindo mal.

- por que eu gritei com eles?

Depois de ter ouvido todo o discruso de D. Helder Câmara, e de ter falado e explicado pra eles sobre a diferença entre professor e educador, mesmo eu tendo dito que não gostava de gritar com eles, que "aluno" também é ser humano... por que eu gritei?

Esse foi o meu pecado e meu fado.
Eu agi mais como ser humano que como educador, porém, isso é meio paradoxal, pois, educadores são humanos, mas, não podem agir como humanos?

Preciso conversar com alguns professores da facul, eu não sei bem a resposta.

Eu não queria/quero fazer um blog moralista, cheio de teoreba e cheio de moral e imposição, dizendo como as pessoas que trabalham na escola devem agir.

Eu só sei que no final do dia, eu chorei.
E me disseram que esse era o meu bastimo.
Meu primeiro calo.

Estou refletindo... como resistir sem perder a ternura?
Como amá-los, e, não me ferir com a birra deles?

Como ser humano, sem sê-lo?
Como ser educador, sem ser humano?

Não tenho vergonha não, meu véi.

Eu chorei.


Cogito em pedir desculpas, mas, tenho a impressão que eles vão me trucidar, rsrsrsrs.
A coordenadora colocou-os de castigo durante toda a semana.
Achei meio injusto: criança tem que brincar.

Mas, devo salientar que eles ficaram de castigo por que não me deixaram dar aula e não porque eu chorei. Eu só chorei nas últimas aulas, e eles já haviam largado... e me encarado como o algoz de seus recreios.

* * *

Coloque água no feijão.

- ***! coloque água no feijão que eu vou na sua casa, ter uma conversinha com a sua mãe.

- Vai nada, fessora.

- Ha! ¬_¬'

_ _ _ _ _ _ _ _ na semana seguinte _ _ _ _ _ _ _ _

- ###, porque *** faltou ontem e hoje?

- sei não, fessora!

- ###, tu sabe onde *** mora?

- sei sim.

- bora lá.

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 40 min. depois _ _ _ _ _ _ _ _

###: - ***? ***?

- vai brincar não, tá de castigo!

eu: - ***?

***: FESSORA???????

Eu: :P
_ _ _ _ _ _ _ _ Moral da história _ _ _ _ _ _ _ _


Educadores são super-herois super humanos. o/

Educador x Professor

Professor é
aquele
que professa.
Educador é aquele que trabalha
como profissional na educação.

domingo, 23 de agosto de 2009

Discussão de sala de professor

_______
Nunca gostei muito da sala dos professores: 
- nem quando era estudante, nem agora que leciono.

O problema não reside, específicamente, na sala onde os educadores guardam seus materiais ou onde descansam um pouco. 

O problema reside na hipocrisia das conversas.

Seria tão mais interessante se os educadores falassem o que pensam dos estudantes na frente dos estudantes e não ficassem utilizando-se de subterfúgios como a sala dos professores para falar mal dos meninos.

A educação passa pela humanidade, e essa, pode escolher a educação humanizada.

Sem contar que alguns comentários não passam enm de longe, pelo respeito e pela ética de que deveriam ter: seus conteúdos são totalmente discrepantes com as ideias de educação.

Os meninos, nossas crianças e adolescentes que convivem conosco na escola e na sociedade, merecem todo o nosso respeito e consideração:

a educação se faz pelo exemplo - só pela humanização conseguiremos grandes avanços nas questões públicas e socio-econômicas.

:D

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

1º estágio, 1º dia


"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa.Todos nós ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos sempre".

_paulo freire


Começo assim, meu primeiro post sobre o meu primeiro dia no primeiro estágio.

Minha primeira turma? 5ª série C, quer dizer, eles não gostam de ser chamados de 5ª série C, gostam de serem chamados apenas de 5ª C.

Comecei a estagiar no dia 4 de Agosto de 2009.

Não dormi da noite do dia 3 para a madrugada do dia 4. Era muita emoção, e minha ansiedade só aumentava com o passar das horas, já já seriam 7 e meia, minha primeira aula.

Confesso que descrever tudo que sentí naquele dia será impossível.

Entrei na sala, cogitei falar bom dia. Dei o bom dia.

Expliquei, mecânicamente, como já havia visto tantas vezes meus antigos professores fazerem, expliquei quem eu era, o que fazia alí, etc, etc.

Pedi uma redação sobre "Quem sou eu". Olhando isso agora, me sinto uma idiota, deveria ter feito algo melhor com eles. Foi apenas uma aula, poucos entregaram, não os culpo - a culpa foi do horário: no meu primeiro dia, já substituí um professor que não se encontrava na escola.

Da 5ª C, rumei para a 5ª A.

Não menos barulhentos, e tão vivos quanto a 5ª C: Aliás, todas as minhas 5ª séries são vivissímas.

Os amo e admiro por isso.

Na 5ªA, enfrentei meu primeiro obstáculo: mudar de sala, pois, o outro professor iria exibir um vídeo. Nos mandaram para a menor sala, com uma turma de quase 40 alunos. Nossos corpos fisícos não couberam alí: então, matemáticamente, você pode deduzir que nossas essências também não. Fomos para o pátio - Levamos as cadeiras, os cadernos e nosso primeiro encontro se deu lá, no meio da escola. Eles fizeram a redação do "Quem sou eu". Ainda faltava alguns minutos para o intervalo, eram 2 aulas, as MAIORES da minha vida. Você pode imaginar quanto uma hora e 20 durou pra mim? Sim, você pode.

Eles são crianças, assim que concluíram a tarefa e já que estavam no pátio, começaram a correr e brincar. Essa parte foi o Ó: entre a cruz e a espada, porque, não era a hora do recreio e, com a brincadeira havia o barulho e a algazarra, incomodando as outras turmas (que também queriam ir brincar) e por outro lado, tendo sido nós mudados de sala para uma sala menor, minha noção de espaço me dizia que eu não poderia pedir que eles, simplesmente, ficassem sentados e amarrotados na minúscula sala...

Então, uma colega me chamou e me disse:

- sempre que trazemos os meninos pra cá pra fora, fazemos alguma atividade de leitura.

Oh, uma ideia de um anjo.

- Valeu!

- Você pode pegar aqueles livros que estão na sala dos professores.

- 'brigadão, valeu mesmo!

Vivi quase silênciosamente esse momento.

Foi bom ouvir um conselho bom, não me esquecerei mais dele.

Ok, ~i n t e r v a l o~.

Não há água na escola, e eu só descobri isso no intervalo.

Na verdade, de fato, existe bebedouro - porém a água não é confiavél:

Mas, os alunos tomam.

Ah, só devo alerta-los que isso é a realidade do ensino público.

Vivemos na realidade nos fatos, marginalizados pela burrocracia.

Mas, não culpe nínguem,nem perca o seu tempo. Leve sua garrafa, e dê o melhor de si nas aulas: você pode estar dando aula para o proxímo presidente, e não saber disso.

[o futuro não é um dado dado. - paulo freire]

Fui para a 5ª B.

Eu já estava exausta.

Minhas últimas aulas seriam lá. Débilmente, solicitei a redação.

Débilmente, eles disseram: 'Fessora, VAMOS BRINCAR DE FORCA!

Entendi: últimas aulas, não apenas eu estava exausta.

Brincamos e, foi o fim do primeiro dia.

* * *